quarta-feira, 7 de outubro de 2009

03 de outubro

Iniciamos mais uma etapa do encontro sistemático para pesquisa e desenvolvimento da Trupe Gogó da Ema de Contadores de Histórias do SESC Alagoas. Desta vez, fomos assessorados, simultaneamente, por Adriana Milet e Luciano Pontes. Direcionamos esse primeiro momento a reflexão de nossa jornada até agora. Colocamo-nos em círculo como que querendo, de forma intuitiva, numa espécie de ritual, fazer nossa energia circular por entre todos, oportunizando uns aos outros filtrar as negatividades que por ventura pudessem ter invadido nosso pensamento e querer do grupo.

Nesse clima, conversamos sobre as últimas apresentações, haja vista terem sido nas cidades maternas de vários de nós, bem como as experiências acumuladas e, assim, aguçamos nossa percepção, permitindo-nos refletir sobre o que pode ser melhor visto para aprimorar o processo criativo, estimular as produções individuais de cada integrante e fazer com que esse desenvolvimento perpasse as barreiras do trabalho em grupo e seja transmitida para nossos alunos, nossos colegas de trabalho, família e no convívio social, tornando cada um de nós um ponto de produção e difusão literária.

Contar histórias tem sido algo motivador e estimulante! Prende quem conta e quem escuta. Com olhos marejados, Mônica falou sobre o amor que sente em fazer parte da Trupe:

“Muitas pessoas me perguntam se minha família reclama, pois às vezes fico muito tempo fora, quando viajo e passo fins de semana me preparando enquanto podia estar com eles. Mas entendem, ficam muito felizes e torcem por cada passo dado com o grupo. Eu sou muito feliz e amo estar na Trupe”.

As palavras de Mônica ecoaram, fazendo-nos refletir sobre o trabalho em grupo, de ser grupo nos encontros, nas apresentações e nos momentos em que não estamos juntos, mantendo um canal de comunicação e troca de informação constante.

Em seguida, fizemos nosso primeiro exercício do dia, assistindo a um trecho (gravado em vídeo) do espetáculo “Boca a Boca”, de Priscila Camargo. Em seguida, discutimos sobre o processo criativo e montagem artística visando aguçar o senso crítico de todos nós.
Dando continuidade a esse processo de sensibilização fizemos a primeira sessão de leitura do dia. Lemos o 5º capítulo do livro “Graciliano Ramos” da série Folha Explica, escrito por Wander Melo Miranda. É um chavão falar que quem lê viaja! Mas foi isso que aconteceu. Viajamos nas nossas lembranças individuais onde cada um se identificou com trechos da história que lemos ao mesmo tempo nos identificávamos com as histórias de vida de Graciliano Ramos, nosso inspirador! E nesse clima gostoso a manhã se encerrou, mas muita coisa ainda estava por vir no segundo momento do dia.

Dando continuidade ao trabalho reunimo-nos na galeria para fazer um exercício de audição e percepção. Ouvimos histórias gravadas, por nós, no encontro anterior. Ouvidos e olhares atentos a cada palavra. Tudo tinha que ser observado para ser discutido em grupo. Muitos assuntos foram abordados: a naturalidade na contação de histórias, os sotaques carregados, o processo de pesquisa de história para aprimorar o acervo individual de cada integrante, entre outros.

“Esse processo facilita na produção textual, pois, a partir daí, quando vamos construir um texto precisamos pensar também na oralidade, em como esse texto será contado posteriormente”, afirmou Luciano Pontes.

Dando seqüência as atividades nos dividimos em dois subgrupos, onde fomos respectivamente assessorados por Luciano Pontes e Adriana Milet. As atividades que foram aplicadas de forma paralela, ao final acabaram se complementando.
Luciano trabalhou a produção textual, a partir da leitura dos textos: “O Menino Graça” e “Baleia”, objetivando utilizá-los referência para produções individuais.

Adriana fez uma contextualização sobre o processo vocal, trabalhando leituras de textos, com o intuito de aprimorar a contação. Em seguida, cada integrante do grupo gravou (no estúdio do SESC Centro) algumas histórias para serem compartilhadas em grupo no próximo encontro.

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